Os índios terenas, que ocuparam a fazenda Esperança, na região de Taunay, decidiram impedir a entrada de qualquer político naquela área, denominada por eles de –“Aldeia Esperança”, conforme informou a presidente da Câmara Municipal, vereadora Luzia Cunha (PT), que esteve na companhia do vereador Ademir Brites (PT) na manhã da última terça-feira (04), naquela localidade.
Segundo esclareceu a presidente, os índios disseram que não querem ser usados por políticos como massa de manobra , a exemplo do que ocorre em período eleitoral. “ Ninguém veio aqui perguntar como estamos”, resumiram.
“Eu compreendi perfeitamente a justificativa deles , porém, nem por isso mudarei a minha posição em relação a apoiá-los nessa luta pela demarcação das terras”, declarou a vereadora.
Ela disse que o presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), professor Roberto Botareli, e o presidente da CUT (Central Única dos Trablhadores) foram os únicos que tiveram acesso àquela área e que conversaram com um grupo de indígenas.
Ainda segundo a vereadora, que traduziu o sentimento dos indígenas, eles reclamaram à falta de apoio dos políticos nesse processo de reintegração de posse das terras, os quais só têm visto apenas o lado dos produtores rurais.
“Não somos contra os fazendeiros e não queremos acirramento, mas que um dos lados possa ceder para que haja um bom termo”, defendeu a presidente. Para ela, a classe política não pode ficar omissa diante dessa situação, até porque um terço da população aquidauanense, ou seja, mais de 6 mil índios vivem nas aldeias de Taunay e Limão Verde, localizadas no município de Aquidauana.