O professor/doutor, indigenista e historiador, Vanderlei Dias Cardoso, que a convite da Mesa Diretora da Câmara Municipal, participou da Sessão Ordinária da última terça-feira (11), para falar do conflito agrário na região de Taunay, agradeceu a iniciativa da Casa de Leis em convidá-los para discorrer sobre o tema.
Ele, entretanto, criticou a maioria dos deputados estaduais de Mato Grosso do Sul que esteve em Brasília para tratar do assunto e, sequer, convidaram ou comunicaram as lideranças indígenas para tratar sobre o assunto, que estão envolvidos e muito os interessam.
Dando a entender que a decisão dos parlamentares foi tomada”sorrateiramente”, o indigenista disse que o povo terena ajudou e continua ajudando o município, Estado e o País.
“Esse povo movimenta a economia do município todos os dias. No dia que é feriado e não estão na cidade [os índios] é possível perceber que o modo de vida da cidade [aquidauanenses] é alterado pela ausência econômica, física e cultural da nossa gente”, afirmou.
Vanderlei declarou que não é defensor da Funai ou advogado de qualquer outra ONG, porém, garantiu que o papel do órgão é promover a demarcação das terras indígenas, conforme prevê o artigo 64 da Constituição Federal.
“Muitos morreram, a exemplo do nosso irmão Oziel, e que sequer tiveram a chance de defender a própria vida, que dirá defender o seu território. O acúmulo de injustiças e a falta de cumprimento dos nossos direitos causaram esses conflitos. Uma hora isso iria explodir e explodiu”, desabafou.
O líder indígena reforçou o seu agradecimento à Câmara e pediu aos vereadores que estejam encampados nessa luta e que a solução venha definitiva para resolver o problema fundiário no Estado.
“O que está garantindo em lei, o povo indígena não irá retroceder na luta”, lembrou.