O presidente da Comissão Permanente de Saúde e Assistência Social, vereador Nilson Pontim (PSDB), por meio de ofício, está solicitando ao diretor do Hospital Regional, Joacir Gomes Mendes, informações relacionadas à denúncia apresentada à Câmara Municipal pela senhora Lidiane Alves Elizeu no dia 20 de setembro de 2017 a fim de tomar providencias cabíveis como determina a lei.
A denúncia, formalizada por meio de uma carta manuscrita, narra eventuais irregularidades praticadas durante procedimentos médicos adotados por profissionais de serviço na paciente, Yvy Sthefany Alves de Góes, irmã da denunciante.
Gestante de alto risco, Yvy vinha sendo acompanhada pelo Dr. Luiz Marti até o fim do seu pré natal. Depois de 40 semanas (9 meses) de gestação, o médico a encaminhou ao hospital no dia 29 de agosto a fim de ser submetida ao trabalho de parto pelo profissional de plantão.
O médico de plantão, Dr. Irineu Barbero Vitório, no entanto, após examiná-la, disse que a paciente ainda não se encontrava em trabalho de parto e pediu a ela que aguardasse no dia seguinte o próximo plantonista.
Ainda segundo a denúncia, o Dr. Rubens Eduardo Anacleto Izidoro, que assumiu o plantão no dia posterior, em conversa com a irmã da paciente, se recusou a efetuar o procedimento, ou seja, o parto dela.
“Não vou assumir esse risco; eu não te conheço”, teria declarado o plantonista. Ela, porém, disse ao médico, que a irmã estava perdendo um “líquido estranho com aspecto de fezes”. Ele, no entanto, tornou a declarar, que não faria o parto da gestante.
Contudo, nervoso, por telefone, Dr. Rubens teria dito que o Dr. Irineu “não poderia deixar esse tipo de caso para ele”. O Dr. Irineu, então, retornou ao hospital às 10h30 para realizar o parto – procedimento realizado com o auxílio do plantonista.
De acordo com a irmã, o parto durou aproximadamente duas horas, porém, ela percebeu que havia algo errado. A enfermeira, conforme descreveu, passou correndo com o bebê para uma sala ao lado.
“Fui até ela [enfermeira] e perguntei o que estava acontecendo. Ela respondeu que estava tudo bem com a criança, que se encontrava na incubadora para melhorar a respiração. Até o fim do dia iria para o quarto com a mãe”, contou.
Entretanto, informou, isso não aconteceu e o bebê piorou. Ela, por sua vez, chamou seus familiares após ser comunicada pela pediatra, que o recém-nascido precisaria ser encaminhado às pressas para Campo Grande por considerar o seu estado clinico grave.
“Ele tinha feito cocô na barriga da mãe e ‘aspirou’ a ponto de afetar o pulmão”, acrescentou. Segundo a irmã da paciente, em razão de forte pressão de familiares e amigos, o bebê foi levado para Campo Grande por conta do seu estado crítico, o qual permaneceu 15 dias internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e atualmente encontra-se em fase de recuperação.
Por tudo isso, Lidiane Alves Elizeu, que protocolou a denúncia na Casa de Leis, espera que os vereadores adotem procedimentos legais para investigar os fatos ocorridos com a gestante a fim de não se repetir com outras pacientes atendidas naquele hospital. Integram também a Comissão de Saúde, os vereadores Edinho Grance (DEM) e Aguinaldo da Saúde (PDT).