A Câmara Municipal de Aquidauana aprovou, por unanimidade, na sessão ordinária da última terça-feira (02/09), o Projeto de Lei de nº 032/2014, de autoria do vereador Paulo Reis (PMDB), que denomina o Ceinf (Centro de Educação Infantil), localizado na Vila São Pedro de “Professor Ênio de Castro Cabral”.
Ele pertencia à família tradicional de fundadores de Aquidauana: era neto de João de Almeida Castro – coronel Jango de Castro, pai de sua mãe Maria de Castro Cabral.
Em sua trajetória de formação escolar, Ênio fez o curso primário na Escola Estadual Antônio Corrêa e em seguida admitido no Colégio do professor Demétrio Serra.
Entre 1.934 e 1.937, Ênio Cabral concluiu o ensino médio no Ginásio Municipal Dom Bosco, em Campo Grande/MS. Em 1.938 fez o Curso Propedêutico no Ginásio Oswaldo Cruz, também em Campo Grande.
Entre 1.939 e 1.940, cursou a Academia de Comércio, no Rio de Janeiro/RJ. Nesse período, quando navios de guerra brasileiros foram torpedeados, foi um dos organizadores de uma manifestação exigindo a declaração de Guerra do Governo Brasileiro ao Regime Nazista, movimento que marca seu ingresso na vida política como militante socialista.
Na carreira do magistério, em 1.960 Ênio de Castro Cabral prestou concurso para professor catedrático de História do Brasil, sendo nomeado para tal em 07 de novembro de 1.960, quando passou a exercer o cargo vitaliciamente no então Ginásio Estadual Cândido Mariano de Aquidauana.
Entre os anos de 1.959 a 1.961 Ênio Cabral exerceu a vereança, alternadamente e como suplente, durante a administração do prefeito Antônio Salústio Areias. Consta nos arquivos da Câmara Municipal de Aquidauana sua indicação, nesse período, de que fosse aberta uma passagem sobre os trilhos da NOB na Rua dos Ferroviários, para desafogar o trânsito de veículos do centro da cidade.
Entre janeiro de 1.962 a janeiro de 1.963, frequentou o “Curso de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário” – CADES – obtendo o registro nº 52.217 para lecionar História do Brasil no 1º Ciclo, emitido pelo Ministério da Educação e Cultura.
Por conta do momento politico do Golpe Militar de 1.964, Enio Cabral foi demitido por Decreto nº 805 de 13 de agosto de 1.964, do cargo de professor Catedrático, Padrão Z3, da cadeira de História do Brasil, no Colégio Estadual Cândido Mariano, por estar envolvido em atividades “contra a segurança do Estado”.
Em 1º de março de 1.967, foi por decisão unânime do Supremo Tribunal Federal, absolvido da imputação do crime contra a segurança do Estado.
Aposentou-se em 15 de setembro de 1.980, no governo do Dr. Marcelo Miranda.
O projeto de lei segue para o Executivo a fim de ser sancionado ou não pelo prefeito José Henrique Trindade (PDT).