Polícia Civil devolve documentos públicos à Câmara

6 de fevereiro de 2013

Três caixas, contendo documentos contábeis e financeiros da Câmara Municipal de Aquidauana, exercícios de 2011 e 2012, foram  entregues pelo delegado de polícia local, Mário Donizete Ferraz Queiroz, à presidente do legislativo, vereadora Luzia Eliete da Cunha (PT), na manhã dessa quarta-feira (06), no gabinete da autoridade policial, após 18 dias  de investigação.

Os  documentos foram retirados pelo ex-presidente da Casa, vereador Clézio Fialho (PSL), sem comunicação prévia a presidente – fato que   acabou se transformando em abertura de inquérito policial  com o objetivo de apurar as circunstâncias em que ocorreram  o ‘desvio’ dos  documentos financeiros dos arquivos da  Casa, classificado como “Supressão de Documento Público” [destruir, suprimir ou ocultar documentos, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio] – crime tipificado no artigo 305 do Código Penal Brasileiro.

Entretanto, na tarde da última segunda-feira (04), o ex-presidente devolveu todos os processos contábeis e financeiros  ao delegado, que lavrou  um “Termo de exibição e apreensão” dos documentos, assinado por Clézio, e depois submetidos a um processo de catalogação, o seja, descrição  dos documentos apreendidos – que totalizaram 34 laudas, conforme informou Mário Donizete.

Ele, todavia,  admitiu a possibilidade de notificar o ex-presidente para prestar novos esclarecimentos acerca da retirada dos documentos oficiais da Câmara, por considerar que as justificativas  apresentadas por ele foram interpretadas como “pobres em detalhes”.

Conforme esclareceu o delegado,  a documentação será conferida  e analisada pela Câmara para verificar se o arquivo  publico do setor financeiro, relativo ao período de 2011 e 2012,  não ficou  comprometido com a subtração ou extravio dos documentos na gestão do ex-presidente.

Por isso, na hipótese de ter ocorrido eventual ‘sumiço’ de algum documento, a presidente será ouvida pelo delegado para se manifestar sobre o mesmo assunto.

Segundo Mário Donizete, se houver  a confirmação pela presidente de que os documentos estão em ordem, a Polícia Civil conclui o inquérito e encaminha ao MP (Ministério Público), que, após análise desse processo, poderá oferecer denúncia crime ou requisitar outras diligências á policia, como por exemplo, a eventual  falta documentos, ou ainda requer o arquivamento do processo ao juiz.